segunda-feira, 17 de março de 2014

Leitura & Reflexão - 9º ano A.P

A exploração da mão de obra infantil
            A exploração da mão de obra infantil, que ainda hoje se verifica no Brasil, era a regra durante a Primeira República, conforme relata o texto que você vai ler agora.
A cidade de São Paulo viu, sob o impacto da imigração, ampliar-se a concentração de trabalhadores nas atividades urbanas. Era significativa, então, a incidência de estrangeiros, particularmente de italianos sobre a população da capital, imigrantes que comporiam, em estatística elaborada junto ao setor têxtil pelo Departamento estadual do trabalho, em 1912, 60% do total de mão de obra empregada e 80% da mão de obra estrangeira, constituída também por espanhóis, portugueses, alemães, entre outras nacionalidades.
Em 1920, cerca de 50% dos operários apurados pelo recenseamento efetuado pela Diretoria Geral de Estatística para o estado de São Paulo eram ainda estrangeiros, sendo que o movimento migratório provavelmente incidia sobre uma parcela dos 50% restantes, por meio da descendência (ou seja, muitos eram filhos ou netos de imigrantes).
Para famílias inteiras, o sonho de fazer a América reduzira-se ao cotidiano exaustivo, violento e nada saudável das fábricas  e oficinas e aos cortiços dos bairros operários paulistanos. Durante a República velha, o trabalho infanto-juvenil foi o espelho fiel do baixo padrão de vida da família operária, pautado por salários insignificantes e por índices de custo de vida extremamente elevados. A exploração do trabalho se dava por meio da compressão salarial do trabalhador adulto de sexo masculino; da exploração  da mão de obra feminina, uma vez que a remuneração de meninas e de adolescentes de sexo feminino caracterizava a dupla discriminação de sexo e de idade; e refletia claramente o fato de que sobre a infância e a adolescência pesava decisivamente a determinação do empresariado em reduzir os custos da produção.
Em 1890, segundo a repartição de estatística e Arquivo do estado, os menores representavam aproximadamente um quarto da mão de obra empregada nesse setor (indústria têxtil) na capital. Em princípios da década de 1910, o Departamento Estadual do Trabalho apurava que, em estabelecimentos têxtil da cidade, essa mão de obra era equivalente a 30%. Em 1919, o mesmo Departamento verifica que, considerado o total de trabalhadores absorvidos pelo setor têxtil no estado, 37% eram menores, sendo que, em relação aos estabelecimentos da capital, essa mão de obra era estimada em cerca de 40% (...).
Nas indústrias de confecção, alimentícias, de produtos químicos, na metalurgia como também em outros setores, era ampliado o leque de funções nas quais os pequenos operários e operárias eram empregados. E  o caso da menina Antônia de Lima, de 12 anos de idade, que, em março de 1904, trabalhando em uma máquina de cortar fumo na fábrica de Arthur Pereira,no Brás, foi atingida pela faca e perdeu parte do braço direito.
Moura, Esmeralda Blanco Bolsanaro de. Crianças operárias na recém-industrializada São Paulo.
Livro didático  História e Vida Integrada 4ª edição p. 69, 69.
1.      Por que era tão grande a presença de crianças nas fábricas durante a Primeira República? Elabore sua explicação sob a forma de hipótese, ou seja, usando sua opinião e os conhecimentos que você já tem. Vivendo em condições precárias e sem acesso a educação, as crianças em geral, ajudavam os pais no meio de subsistência,e como tinha acabado a pouco tempo a escravatura,então as crianças eram o meio de obra mais barato que havia,e por isso as fabricas preferiam contratar as crianças 
e também era um meio que os pais e o governo tinham de tirar as crianças da rua e da criminalidade das ruas
 .
2.      Cite uma passagem do texto em que são apresentadas as condições de trabalho nas fábricas.

A exploração do trabalho se dava por meio da compressão salarial do trabalhador adulto de sexo masculino; da exploração  da mão de obra feminina, uma vez que a remuneração de meninas e de adolescentes de sexo feminino caracterizava a dupla discriminação de sexo e de idade; e refletia claramente o fato de que sobre a infância e a adolescência pesava decisivamente a determinação do empresariado em reduzir os custos da produção

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