terça-feira, 20 de agosto de 2024

7º anos - E.E. Armando Santos - p. 138

 1. Como é possível perceber a diversidade de povos indígenas que viviam, na época da chegada dos portugueses, no território que hoje forma o Brasil? Dê exemplos de aspectos da vida desses povos em que essas diferenças se manifestavam. A diversidade dos povos indígenas que viviam no território que viria a se chamar Brasil pode ser percebida por meio da observação das diferenças no modo de organização social e de vida, nas expressões culturais, nas crença.

2. Analise as ilustrações das páginas relacionadas ao tópico Os indígenas e a divisão do trabalho. Que aspecto do modo de vida dos Bororo mais chamou sua atenção? Por quê?  Resposta pessoal. 

3. Os povos indígenas expressam sua cultura por meio da música, do canto, da pintura corporal e também pelo modo de produzir seus artefatos e de construir suas habitações. Uma dessas expressões é a arte plumária, que se caracteriza pela utilização de penas de aves para produzir artefatos religiosos de uso cotidiano e adornos. Os enfeites corporais feitos de pena são muito usados em festas e cerimônias. 

Analise a imagem a seguir


a ) Descreva a foto anterior. Você consegue identificar o que as pessoas retratadas estão fazendo? 

 Os adornos corporais retratados na imagem são feitos com tintas, linhas coloridas e penas de aves. Estas últimas fazem parte da forma de expressão indígena conhecida como arte plumária. Com essas penas, os indígenas produzem adornos, como brincos, braçadeiras e cocares, e os utilizam normalmente em festas e cerimônias.

b) Como são os adornos corporais usados pelas pessoas dessa comunidade?  A foto mostra indígenas Kuikuro participando do quarup, festa ritual em homenagem aos antepassados. Eles utilizam diversos adornos corporais, como cocares feitos com penas de aves e colares; além disso, estão manuseando alguns instrumentos.





6º anos - E.E. Armando Santos - p. 174-175

 A participação das mulheres nos Jogos Olímpicos

Os Jogos Olímpicos são um dos eventos esportivos mais importantes da atualidade. Você sabia que eles foram inspirados nas tradições dos antigos gregos? Vamos conhecer um pouco mais sobre a história dessas competições

Nos tempos dos antigos gregos Os festivais esportivos faziam parte do cotidiano dos antigos gregos e ocorriam em diversas cidades-Estado. Os registros históricos indicam que os Jogos Olímpicos eram realizados a cada quatro anos, desde 776 a.C. 

Nesses jogos, era proibida a participação de estrangeiros, de pessoas escravizadas e de mulheres. As mulheres eram proibidas até mesmo de entrar nos estádios, exceto quando atuavam como sacerdotisas.

 Apesar de excluídas dos jogos, no século IV a.C., a princesa espartana Cinisca foi a primeira mulher a receber a coroa de vencedora em uma corrida de cavalos. Isso ocorria em corridas de carros puxados por cavalos, em que os prêmios não eram dados aos atletas que os guiavam, e sim aos proprietários dos cavalos. 

Nos tempos modernos

Os primeiros jogos da Era Moderna foram realizados em 1896, em Atenas, na Grécia. 

Nessa edição, ainda não houve atletas femininas. Elas só começaram a participar dos jogos a partir de 1900 e apenas em algumas modalidades, como golfe e tênis. 

A participação das mulheres começou a ser mais expressiva a partir de 1928, quando somou 10% dos atletas. Em 2012, pela primeira vez, todos os países participantes tiveram mulheres em suas delegações.

 A primeira brasileira a participar dos Jogos Olímpicos foi a nadadora Maria Lenk (1915-2007), nos jogos de 1932, em Los Angeles, Estados Unidos.

Agora, responda às questões a seguir:

Forme grupos com os colegas e pesquisem sobre a participação das mulheres nos Jogos Olímpicos na atualidade. a ) Em quais modalidades as mulheres competem? Existe alguma modalidade em que elas não podem competir?  As modalidades que tem maior número de mulheres competindosão fuebol, basquete, tênis natação e atletismo. A mlheres são proibidas de participarem do decatlo. O decatlo é uma modalidade composta por dez provas de atletismo, que são cumpridas pela seguinte ordem, durante dois dias. O equivalente feminino desta prova é o heptatlo, com sete provas.

b) As atletas femininas sofrem discriminação nas competições? Se a resposta for afirmativa, esclareçam que tipos de discriminação seriam. Sim. Rescentimente tivemos dois casos o da boxeadora argelina  Imane Khelif e da chinesa  Lin Yu-ting, de Taiwan. Ambas nasceram mulher, foram registradas como mulheres e viveu como mulher. As duas boxeadoras sofrem de hiperandrogenismo, condição médica caracterizada por níveis excessivamente altos de andrógenos ou hormônios masculinos.

c ) Quais foram as principais mudanças sociais que contribuíram para o aumento da participação feminina em competições esportivas? Movimentos Feministas, Legislação e Políticas Públicas, Mudanças Culturais e de Mentalidade, Mídia e Representação, Organizações e Associações Esportivas, Educação Física e Esportes nas Escolas, Iniciativas Governamentais e Privadas

2. Com base no que foi pesquisado anteriormente, organizem um debate a respeito da situação atual das mulheres atletas, refletindo sobre quais atitudes incentivam a igualdade entre mulheres e homens nas competições esportivas.  

Pessoal



6º anos - E.E. Armando Santos - p. 160-161

 Fábulas de Esopo

As fábulas são gêneros textuais narrativos que têm por objetivo propor uma reflexão por meio de uma moral presente no final da história, a qual apresenta ao leitor um ensinamento. Geralmente, as personagens principais são animais humanizados. 

As principais fábulas da Antiguidade Clássica são atribuídas a Esopo, um escravizado que teria vivido na Grécia no século VI a.C. As fábulas atribuídas a ele eram de tradição oral e foram reunidas e escritas somente séculos depois. Essas histórias continuaram a ser transmitidas com o passar dos séculos, sendo admiradas até os dias de hoje.

Leia a seguir uma dessas fábulas.

A lebre e a tartaruga
    A lebre era famosa por ser muito veloz e se gabava dessa condição. Quando encontrava a tartaruga, ela fazia questão de provocá-la. 
— Ora, ora, dona tartaruga, aonde vai com tanta urgência?
 — Saiba que estou ocupada. Estou indo para casa preparar almoço para minha família. 
— Mas nessa velocidade os coitados não vão passar fome? — a lebre debochou. 
— Não vão, não. Seguimos todos o mesmo ritmo e nunca faltou nada em casa. Se um dia precisar, creio que posso me mover com mais agilidade. 
Irritada, a lebre retrucou: 
— Ah, mas é claro que poderia. Que ideia! Acho que você nem sabe correr. Até uma lesma a venceria numa corrida.
— Pois eu acho que corro muito bem. Veja — disse a tartaruga, com seus pequenos passos. A lebre gargalhou. 
— Aposto que você até poderia me vencer em uma corrida. Após refletir por alguns segundos, a tartaruga finalmente respondeu: 
— E por que não?
— Ah, se é assim, então vamos resolver isso de uma vez. Vamos apostar uma corrida — disse a lebre, ofendida.
— Está bem — respondeu a tartaruga. 
    No dia marcado, vários animais da floresta foram animados ao local combinado para assistir à curiosa disputa. Após a raposa dar a partida, a lebre partiu com enorme velocidade, deixando a tartaruga para trás.
    Porém, próximo à linha de chegada, a lebre teve a ideia de caçoar ainda mais da tartaruga: parou de correr e resolveu esperar debaixo de uma árvore até ela chegar mais perto para que, assim, a tartaruga pudesse vê-la cruzando a linha de chegada. Como ela demorou, a lebre acabou adormecendo. 
    Por sua vez, a tartaruga manteve seu ritmo: devagar, mas constante, e ultrapassou a lebre, que roncava tranquila. A euforia dos animais que torciam pela tartaruga acabou acordando a lebre. Assustada, ela assistiu à tartaruga cruzando a linha de chegada e percebeu que havia perdido a corrida.
Moral: Devagar e constante, vai-se longe. 


Agora, responda às questões a seguir. 1. Você já ouviu ou leu alguma fábula? Qual?   Resposta pessoal. Escreva uma fabula que você já leu, ou te contaram.

2. Após a leitura, identifique as personagens principais e explique quais são os comportamentos humanos que cada uma delas representa.  As personagens principais são uma lebre e uma tartaruga. A lebre representa a soberba e a impaciência, enquanto a tartaruga representa a despretensão e a paciência.

3. O que você entendeu sobre a moral apresentada no final dessa fábula? De que modo ela se relaciona com o nosso dia a dia? A moral da fábula “A lebre e a tartaruga” indica a importância da calma e da paciência e da perseverança.




quinta-feira, 15 de agosto de 2024

7º anos - E.E. Armando Santos - p. 122

 1. Quais eram as principais atividades produtivas dos maias?
A principal atividade produtiva dos maias era a agricultura, com o cultivo de milho, batata, tomate, mandioca, feijão e frutas.

2. Comente alguns dos principais aspectos da religiosidade maia.
Os maias cultuavam diversos deuses, ou seja, eram politeístas. Seus deuses geralmente eram associados a fenômenos e elementos da natureza, como o Sol, a chuva e o dia e a noite.

3. Como era organizada a sociedade asteca? Explique.
A sociedade asteca apresentava forte hierarquização. No topo, estava o tlatoani, que governava o Império Asteca com o auxílio do cinacoatl. Abaixo dele, estavam os nobres, compostos de guerreiros, sacerdotes e funcionários públicos. Em seguida, estava a camada formada por comerciantes e artesãos, e, por fim, a maioria da população, que geralmente trabalhava na agricultura.

4. Durante o estudo deste capítulo, quais aspectos relacionados ao cotidiano asteca mais chamaram sua atenção? Por quê?
Pessoal

5. Explique de que maneira o domínio inca sobre outros povos era exercido.
Os incas permitiam que os povos dominados mantivessem sua religião e sua organização política desde que lhes pagassem tributos e reconhecessem sua superioridade.

6. Explique o que era a mita e como ela funcionava.
 A mita era um imposto cobrado pelo governo inca. Ela era paga através de trabalhos para o governo, que podiam ser realizados nas obras públicas, nas lavouras e nas fileiras do exército durante períodos de guerra, por exemplo.

7. Explique como estava organizada a hierarquia da sociedade inca durante a época imperial.
O topo da pirâmide social inca era ocupado pelo imperador, também conhecido como Sapa Inca, que desempenhava o poder político e religioso, e por sua família. Abaixo, encontravam-se sacerdotes, chefes militares, juízes e administradores responsáveis, cada um, por uma região do império. Na base da pirâmide, encontravam-se os trabalhadores, como artesãos, marceneiros, pedreiros e agricultores.

8. Qual era a importância do milho para as sociedades mesoamericanas? Ele ainda hoje é importante na culinária de sociedades americanas? Explique sua resposta
O milho foi a base da alimentação de diversos povos indígenas mesoamericanos. Devido à sua importância na alimentação desses povos, esse gênero agrícola também integrava o universo religioso mesoamericano, fazendo parte de cerimônias e Respostas rituais. Na atualidade, o milho ainda desempenha importante papel nas sociedades americanas, pois serve de base para diversos pratos típicos feitos nesse continente, além de ser usado na preparação de ração para animais de grande e de pequeno porte. 


7º anos - E.E. Armando Santos - p. 38-39

 O consumo e a obsolescência programada

Nos dias atuais, a busca por novos caminhos e maneiras de realizar o comércio entre as diferentes partes do mundo continua.

Desde a invenção das primeiras máquinas industriais, entre os séculos XVIII e XIX, a fabricação de bens de consumo aumentou consideravelmente, criando a necessidade de um mercado consumidor cada vez maior.

Graças ao desenvolvimento dos meios de comunicação em massa e da publicidade, atualmente se produz e se comercializa uma grande quantidade de produtos e serviços dos mais diversos tipos, sejam eles de primeira necessidade, sejam supérfluos. Confira a seguir algumas características do ciclo de produção de eletrônicos.

Obsolescência programada
Um dos fenômenos dessa lógica de consumo é chamado de obsolescência programada (ou obsolescência planejada).

Ela consiste na obsolescência já estabelecida durante a fabricação do produto. Isso significa que um produto que poderia ser feito para durar dez anos é fabricado para ter uma vida útil de apenas dois anos, por exemplo. Assim, ao fim de dois anos, o consumidor é “obrigado” a adquirir um novo produto. Isso acontece principalmente em produtos eletrônicos, como celulares e computadores. Assim, as indústrias continuam ampliando sua produção e seus lucros.

Tipos de obsolescência programada

Obsolescência de função: ocorre quando um produto se torna ultrapassado e é superado por outro, que aparentemente funciona melhor. 
Obsolescência de qualidade: quando um produto se desgasta ou quebra em determinado período não muito longo.
 • Obsolescência de desejabilidade: quando um produto ainda está em perfeito funcionamento, mas seu estilo, aparência ou design parecem ultrapassados para o consumidor, que passa a se desinteressar pelo produto que possui e busca adquirir um novo, mais moderno e atual.

Agora, responda às questões a seguir:
1. Você já substituiu algum produto que ainda tinha um bom funcionamento? Que produto foi esse? O que levou à substituição? O que você fez com o “antigo”?  
Pessoal
2. Em sua opinião, os produtos que você usa cotidianamente têm uma vida útil satisfatória? O que você poderia fazer para prolongar o tempo de uso desses produtos?
Pessoal
3. O que cada um pode fazer para reduzir a quantidade de lixo eletrônico? Faça uma pesquisa em sites e escolha um produto (celulares, lâmpadas, aparelhos de TV, componentes de computador, impressoras etc.). Depois, apresente aos colegas o modo adequado de descartar esse produto e, juntos, reflitam se cotidianamente vocês contribuem ou não para a redução de resíduos e o que podem fazer para melhorar suas atitudes.
Pessoal

6º anos - E.E. Armando Santos - p. 142-143

O correio persa

Sob o governo de Dario I, o Império Persa atingiu uma vasta extensão territorial. Para controlar e administrar todo o território, Dario ordenou a construção de uma rede de estradas que ligavam várias regiões do império. Assim, as mercadorias comercializadas e os tributos pagos ao imperador circulavam de forma mais eficiente.

Além disso, a implementação de um sistema de comunicação melhorou o controle administrativo imperial. Por meio de seus mensageiros reais, o governante podia receber informações sobre as regiões dominadas ou obter documentos importantes com rapidez. Esse sistema de comunicação ficou conhecido como correio persa.

Veja algumas ilustrações de como funcionava o correio persa na Antiguidade.

 


1. De que forma a construção de uma rede de estradas está relacionada à administração dos territórios conquistados pelos persas? 
A construção de uma rede de estradas facilitou o controle e a administração dos territórios conquistados pelos persas, pois ligava várias regiões do Império.
2. Descreva o sistema de transmissão de mensagens dos persas.
O sistema de transmissão de mensagens persa era eficiente por causa da rede de estradas. Essas estradas eram seguras e bem conservadas pelos funcionários imperiais e, ao longo delas, havia diversos postos com cavaleiros que transmitiam as mensagens. Caso houvesse rios ao longo das rotas, eram usadas balsas no transporte dos mensageiros e dos cavalos, auxiliando-os no envio das mensagens até o próximo posto, onde outro cavaleiro ficava responsável por transmitir a mensagem, e assim sucessivamente, até que ela chegasse ao seu destino
3. Os meios de comunicação passaram por diversas transformações ao longo da história. Atualmente, mensagens e informações podem ser transmitidas instantaneamente para diferentes e distantes locais do mundo. Reflita sobre as questões a seguir. 
a) De que maneira você toma conhecimento de informações ou de notícias?
internet, televisão, revistas ou jornais impressos e livros.
 b) Como você se comunica com alguém que está distante? 
internet, telefone, celular ou carta
4. Converse com os colegas sobre essas questões e anotem no caderno as principais ideias levantadas sobre o tema. Depois, escrevam um texto coletivo sobre os sistemas de mensagem e os meios de comunicação na atualidade e expliquem como as tecnologias da comunicação nos influenciam no dia a dia.
 Pessoal



6º anos - E.E. Armando Santos - p. 140

 1. Copie o quadro a seguir em seu caderno e elabore uma pergunta para cada resposta dada.

Perguntas

Respostas

Como se chamavam as divisões ou províncias do Império Persa?

Satrapias

Como era denominada a moeda criada pelo Imperador Dario I?

Dárico.

Qual era o nome da religião seguida pelos persas?

Zoroastrismo.

2. Descreva um princípio do zoroastrismo. Como é possível relacionar o zoroastrismo às religiões monoteístas da atualidade, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo?

A crença em duas divindades opostas, com a ideia do bem e a ideia do mal. Essa crença aproxima o zoroastrismo das religiões monoteístas da atualidade, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, em que a concepção da disputa entre o bem e o mal também está presente.
Relação com as Religiões Monoteístas
Monoteísmo: Assim como no zoroastrismo, essas religiões acreditam em um Deus supremo. No zoroastrismo, esse Deus é Ahura Mazda, enquanto no judaísmo, cristianismo e islamismo, Deus é conhecido respectivamente como Yahweh, Deus e Alá.
Conceito de Bem e Mal: A dualidade entre o bem e o mal, e a luta final entre as forças de ambos, é um tema comum. No zoroastrismo, a luta entre Ahura Mazda e Angra Mainyu pode ser vista como precursora das batalhas cósmicas entre Deus e Satanás no cristianismo e no islamismo.

3. Leia o texto a seguir e analise a foto:
[...] 
Uma das reformas de maior impacto promovidas por Dario foi a padronização da moeda. Durante séculos, quase todas as transações comerciais haviam sido feitas sob a forma de troca. Os trabalhadores eram em geral pagos em espécie – carne, cevada, vinho ou azeite. Quando se usava ouro ou prata, cada barra ou pepita precisava ser pesada em uma balança e ter sua pureza avaliada. [...] A contribuição de Dario foi determinar que apenas o seu tesouro poderia cunhar moedas de ouro, e impor um valor padronizado para cada moeda. [...]
WOODHEAD, Henry (dir.). A elevação do espírito: 600-400 a.C. Tradução:
 Cláudio Marcondes. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1995. p. 29, 31. (Coleção História em Revista)

Agora, responda às questões. 
a ) De acordo com o texto, como era realizado o comércio na região persa antes da criação do dárico? 
O comércio era realizado por meio de trocas de produtos, como cevada, vinho e azeite. 
b) Descreva a figura central presente na moeda. Quem ela representa? 
A figura central da moeda é Dario I, representado portando arco e flecha e com uma coroa na cabeça.
c ) De acordo com o texto e com o que você estudou no capítulo, explique a contribuição de Dario I para melhorar o sistema comercial da época. 
Dario I contribuiu com a padronização das moedas, que passaram a ter sempre o mesmo peso (aproximadamente 8,4 gramas), o que tornava o processo mais prático, sem a necessidade de pesar os metais a cada troca comercial.






segunda-feira, 12 de agosto de 2024

9º ano. Escola Auxiliadora - Página 116

 1. O governo de Vargas durante o Estado Novo teve um caráter contraditório. Politicamente, caracterizou-se como uma ditadura, mas tinha grande aprovação popular. Explique essa contradição utilizando o conceito de “trabalhismo”.

. O Estado Novo foi instaurado por meio de um golpe de Estado, liderado por Vargas. O autoritarismo do regime se aprofundou com a suspensão das liberdades civis, a censura e o controle do movimento sindical. Por outro lado, Vargas voltou suas práticas para a classe trabalhadora, constituindo a política que ficou conhecida como “trabalhismo”, legitimando seu poder entre a população mais pobre

2. A figura de Getúlio Vargas inspirou a criação de charges repletas de humor. Observe uma delas a seguir e responda.

a) Belmonte representa Getúlio Vargas em três períodos distintos de sua carreira política. Identifique-os.
 No primeiro quadro, Getúlio Vargas aparece representado em 1931. No quadro central, Belmonte retrata o presidente em 1935, provavelmente após o levante comunista liderado pela ANL. Por último, aparece Vargas em 1937, quando preparava o golpe que instauraria o Estado Novo.

 b)Relacione cada momento político do governo de Vargas com as vestimentas e os discursos representados na charge.
A primeira imagem retrata Getúlio após a tomada do poder por meio da Revolução de 1930. Belmonte o representa com roupas do exército. No desenho central, Vargas, aproximando-se das elites, foi representado de casaca e cartola. No último quadro, aparece com o uniforme de integralista, no contexto de sua crítica à democracia e aos políticos.

3. O SPI era o órgão do Estado brasileiro que cuidava das políticas indigenistas durante a Era Vargas. Leia o texto a seguir, que fala sobre ele.
Algumas contradições básicas existiram no âmbito do SPI: enquanto se propunha a respeitar as terras e a cultura indígena, agia transferindo índios e liberando territórios indígenas para colonização, ao mesmo tempo em que reprimia práticas tradicionais e impunha uma pedagogia que alterava o sistema produtivo indígena. [...] É no entrecruzamento dessas causas e motivações que deve ser buscada a chave para a compreensão do indigenismo brasileiro, um regime tutelar estabelecido para as populações autóctones que foi hegemônico de 1910 até a Constituição de 1988, perdurando em certa medida até os dias atuais em decorrência da força de inércia dos aparelhos de poder e de estruturas governativas. 
OLIVEIRA, João Pacheco; FREIRE, Carlos Augusto da Rocha. 
A presença indígena na formação do Brasil. Brasília, DF: MEC:SEAD: LACED/Museu Nacional, 2006. p. 114-115.
a) Levando em consideração os argumentos do texto, o que havia de positivo e o que havia de negativo para os indígenas na política praticada pelo SPI?
Segundo o texto, o SPI se propunha a respeitar as terras e a cultura indígena; contudo, a ação do órgão se caracterizou pela transferência de povos indígenas com a intenção de “liberar” suas terras para a colonização, bem como pela repressão de suas práticas tradicionais e pela imposição de uma pedagogia que alterava o sistema produtivo indígena. 

 b)Não havia representantes dos indígenas no SPI. Em duplas, discutam e registrem suas conclusões: Quais foram as consequências disso para a formulação das políticas indigenistas?
 O fato de não haver representantes indígenas dentro do SPI é algo bastante problemático: sem os representantes desses povos, os projetos e as decisões do órgão acabam acatando, de modo geral, quase que somente os interesses de uma elite política não indígena. 

4. Observe o gráfico a seguir.


Com base em seus conhecimentos de História e nas informações sobre a economia brasileira durante o Estado Novo, explique o fenômeno representado no gráfico.
A indústria cresceu muito entre as décadas de 1920 e 1940. As companhias estatais criadas no Estado Novo, marcado pela forte intervenção estatal, foram fundamentais para o processo de desenvolvimento industrial.



9º ano. Escola Auxiliadora - Página 113

 Arte nacionalista

O movimento modernista, que despontou no Brasil nos anos 1920, esforçou-se por recuperar as raízes da cultura brasileira e expressar, na arte, os traços fundamentais da identidade nacional. O fato de o ideal nacionalista aproximar o Estado Novo da estética modernista levou o governo de Vargas a patrocinar e divulgar muitos artistas, como o paulista Candido Portinari.

Esse artista aproximou-se dos modernistas e desenvolveu uma pintura marcada por temáticas sociais e até mesmo trabalhistas, como a tela Café, produzida em 1935, dois anos antes da instauração do Estado Novo. Observe a obra e realize as atividades a seguir em dupla.


1. Note que a pintura de Portinari está dividida em três planos distintos. O que está representado em cada um desses planos? 
No terceiro plano, vemos a lavoura de café, ocupando um espaço menor na tela. Esse é o espaço da atividade econômica. No segundo plano vemos vários trabalhadores (homens e mulheres) colhendo, ensacando e transportando sacas de café. Esse é o espaço do trabalho e do controle do trabalho. Em primeiro plano, vemos dois homens carregando sacas de café na cabeça, ao lado uma mulher sentada (lado esquerdo) e um homem com um balde (lado direito). Esse é o espaço do trabalho e do trabalhador, que aparece com destaque.

2. Qual desses três planos é o mais importante para compreendermos a temática da obra? Por quê? 
. Nessa pintura de Portinari, as dimensões exageradas das figuras humanas no primeiro plano deixam em evidência que o trabalhador é a temática da obra.

3. Portinari representa a produção cafeeira por meio dos trabalhadores envolvidos no processo e da ação que eles realizam. Indique quais são os principais elementos representados na tela e levante uma hipótese: por que o artista decidiu representar a lavoura de café dessa maneira? 
 Para o artista, o aspecto mais importante da economia e da produção de um país são os trabalhadores e o trabalho que eles executam, responsáveis pelos produtos finais que depois são comercializados.

4. Quais temas e valores defendidos pelo governo de Getúlio Vargas podem ser identificados nessa pintura de Portinari? 
A imagem do trabalhador brasileiro. Na tela Café, o trabalhador aparece como protagonista. Sua imagem tem um caráter heroico, idealizado. Esses aspectos aproximam a visão do artista à visão que o governo Vargas divulgava em seu material de propaganda. O intuito do governo Vargas era justamente valorizar a figura do trabalhador. A arte de Portinari seria, posteriormente, apropriada pelo governo a serviço de seu projeto político nacionalista e populista. Para muitos críticos do Estado Novo, intelectuais e defensores de uma arte independente, Portinari passou a ser visto como um “pintor oficial” do governo Vargas. Essa visão a respeito do artista e de sua obra, porém, não é unânime.

9º ano. Escola Auxiliadora - Página 105

 A conquista do voto feminino

Com o código eleitoral de 1932, elaborado para organizar a eleição para a Assembleia Constituinte de 1933, as mulheres brasileiras conquistaram o direito ao voto. Assim, na década de 1930, as funções sociais tradicionalmente atribuídas às mulheres, referentes ao lar e à educação e criação dos filhos, estavam se modificando: os direitos políticos adquiridos e uma maior participação no mercado de trabalho passaram a fazer parte da vida cotidiana das mulheres brasileiras. Leia, a seguir, os caminhos das mulheres na conquista de seus direitos políticos

O momento político [em 1930] era de indefinições. Getúlio Vargas buscava manter o controle sobre o processo de constitucionalização em curso no país. Segmentos e grupos sociais mobilizavam-se, procuravam organizar-se política e partidariamente, em função de interesses mais gerais ou específicos de classes, frações de classes, grupos ou categorias. [...]

As ações das feministas, voltadas para conquistas de direitos políticos para a mulher, intensificaram-se em torno de 1918, quando Berta Lutz e um grupo de colaboradoras criaram, no Rio de Janeiro, uma organização chamada Liga para Emancipação Intelectual da Mulher, que, posteriormente, passou a denominar-se Liga pelo Progresso Feminino. [...] Em 1922, devido a novas estratégias de luta, a Federação das Ligas pelo Progresso Feminino converteu-se na Federação Brasileira para o Progresso Feminino, que, neste mesmo ano, organizou o I Congresso Internacional Feminista, no Rio de Janeiro. Coube às mulheres do Rio Grande do Norte, o pioneirismo na conquista do direito de voto, ainda em 1927 [...]. Apenas em 1932, com o Decreto no - 21.076, as mulheres tornaram-se eleitoras efetivas no Brasil.

[...] 

[Nos anos seguintes,] As mulheres permaneceram em luta, organizadas em suas associações, buscando avançar em suas conquistas por direitos civis, políticos, trabalhistas. 

ARAÚJO, Rita de Cássia Barbosa de. O voto de saias:
 a Constituinte de 1934 e a participação das mulheres na política. Estudos Avançados, 
São Paulo, v. 17, n. 49, set./dez. 2003. p. 136-137; 145.

1. Ao ler o texto, é possível dizer que a luta pelos direitos políticos, por parte das mulheres, havia começado antes mesmo de 1930? Justifique.

Sim. O texto indica que as ações de grupos feministas, voltados para a conquista de direitos políticos para a mulher, intensificaram-se em torno de 1918. Nesse ano, Berta Lutz e um grupo de colaboradoras criaram a Liga para Emancipação Intelectual da Mulher, que, posteriormente, passou a ser chamada Liga pelo Progresso Feminino.

2 A principal reivindicação dos movimentos feministas, na década de 1930, era a participação na vida pública do país. Portanto, o movimento das mulheres, naquele período, estava mais ligado aos direitos políticos. 

Faça uma pesquisa na internet, buscando páginas de entidades e organizações feministas e que lutam pelos direitos das mulheres. Não se esqueça de anotar os nomes das entidades e organizações que serviram como fonte para sua pesquisa. Em seguida, reúna os resultados de sua pesquisa com os de seus colegas e montem um texto coletivo, em que vocês devem responder à questão: quais são as principais reivindicações do movimento feminista no Brasil atual? Compartilhem o texto coletivo com a comunidade escolar e com os familiares de vocês utilizando meios digitais, como um blog ou o próprio site da escola. 

Resposta Pessoal

As pautas dos movimentos feministas na atualidade, em uma época em que as mulheres estão inseridas no mercado de trabalho, relacionam-se principalmente à igualdade salarial (entre mulheres e homens). Outras pautas, como a proteção às vítimas de agressão doméstica e a busca por direitos para as minorias, também fazem parte das lutas atuais.


8º ano. Escola Auxiliadora - Página 112

 1. Sobre a era pombalina, faça o que se pede. 

a) Qual era o projeto do marquês de Pombal para os indígenas da América portuguesa.  
O projeto elaborado por Pombal era o de integrar os indígenas à sociedade colonial como vassalos do rei, tal como os demais colonos.

b)Como é possível definir a noção de integração tutelada dos indígenas à sociedade colonial iniciada por Pombal? Essa política teve continuidade após a independência do Brasil? Explique. 
A integração tutelada iniciada por Pombal aliava a proibição de escravizar indígenas e de mantê-los isolados nas missões a mecanismos de controle, como o incentivo ao casamento com colonos e a obrigatoriedade de falar o idioma português. Essa política de integração tutelada teve continuidade após a independência em vários aspectos, como o condicionamento da participação na sociedade à adoção de costumes não indígenas.

Em um artigo escrito em 1989 para as comemorações dos 200 anos da Conjuração Mineira, o historiador britânico Kenneth Maxwell expôs sua visão sobre alguns aspectos dessa revolta. No trecho a seguir, que características da Conjuração Mineira o autor sintetizou? 

A revolta planejada não se materializara, mas isto não escondia o fato de que um importante segmento do grupo social em que o governo metropolitano devia confiar [...], em uma das mais importantes, populosas, ricas e estrategicamente bem situadas capitanias brasileiras, tinha tido o atrevimento de pensar que podia viver sem Portugal: amparados no exemplo dos norte-americanos e nas teorias políticas correntes, os colonos haviam questionado o que devia ser inquestionável. 

MAXWELL, Kenneth. Conjuração Mineira: novos aspectos. 
Estudos Avançados, São Paulo, v. 3, n. 6, p. 24, maio/ago. 1989.

Esse pequeno trecho possibilita construir uma caracterização geral do movimento. A revolta foi planejada em Minas Gerais, uma das capitanias mais populosas e ricas da América portuguesa. Ela foi conduzida por uma elite dirigente, cujo apoio era fundamental para o governo metropolitano exercer sua autoridade na capitania. Esse grupo social inspirava-se no exemplo da independência dos Estados Unidos e nas teorias políticas correntes no mundo ocidental (o Iluminismo e o liberalismo). A revolta expressava a determinação desse grupo em contestar o domínio colonial português. O movimento, mesmo debelado antes de se concretizar, mostrou que o domínio colonial português já não podia contar com a colaboração da elite dirigente de uma capitania estratégica para a Coroa, o que significava que o sistema colonial corria riscos no Brasil.

3. Observe a reprodução do painel Tiradentes, de Candido Portinari, dividido em duas partes. O painel representa a narrativa da Conjuração Mineira em dois momentos.


a) Com base em seus conhecimentos e na observação das imagens, procure explicar como o artista diferenciou esses dois episódios. 

A condenação de Tiradentes, episódio representado na primeira parte do painel, mostra um réu altivo e firme diante da sentença, rodeado de populares desolados. No episódio do esquartejamento, representado na segunda parte da pintura, vemos a corda da forca e o réu, em tamanho bem maior, com a cabeça no chão e as partes do corpo recompostas de forma irregular. 

b)Por que, na representação do segundo episódio, é difícil distinguir o personagem central das demais figuras humanas? Por que os postes estão presentes em diversos pontos da obra?

É interessante notar que Tiradentes foi representado misturado às camadas populares, escolha feita pelo artista para mostrar a proximidade entre o conjurado e o povo brasileiro. A figura do poste, recorrente na pintura, pode ser interpretada como símbolo da dor e do martírio de Tiradentes. A forca foi instalada em um poste, e as partes do seu corpo também foram depois expostas em postes.

8º ano. Escola Auxiliadora - Página 111

 Boletins sediciosos da Conjuração Baiana

Na manhã do dia 12 de agosto de 1798, apareceram na cidade de Salvador diversos manuscritos, colados em variados pontos da cidade, como na Igreja da Sé (atual Praça da Sé) e na Praça do Palácio (atual Praça Tomé de Souza). Esses manuscritos expressavam os anseios e objetivos dos organizadores da Conjuração Baiana. Chamados de “panfletos”, “papéis sediciosos” ou “boletins sediciosos”, eles são documentos importantes para a compreensão daquele movimento. Leia a seguir trechos desses boletins:

Trecho 1 

A liberdade consiste no estado feliz, no estado livre do abatimento: a liberdade é a doçura da vida [...]. TAVARES, Luís Henrique Dias. História da sedição intentada na Bahia em 1798
 (“A Conspiração dos Alfaiates”). São Paulo: Pioneira, 1975. p. 24.

Trecho 2 

Cada um soldado é cidadão, mormente os homens pardos e pretos que vivem escornados e abandonados, todos serão iguais, não haverá diferença; só haverá liberdade, igualdade e fraternidade. TAVARES, Luís Henrique Dias. História da sedição intentada na Bahia em 1798 
 (“A Conspiração dos Alfaiates”). São Paulo: Pioneira, 1975. p. 32.

Trecho 3
 Portanto faz saber, e dá ao prelo que se acham as medidas tomadas para o socorro Estrangeiro, e progresso do comércio de açúcar, tabaco e pau-brasil e todos os mais gêneros do negócio, e mais víveres, contanto que aqui virão todos os estrangeiros tendo porto aberto, mormente a Nação Francesa. TAVARES, Luís Henrique Dias. História da sedição intentada na Bahia em 1798 
(“A Conspiração dos Alfaiates”). São Paulo: Pioneira, 1975. p. 30.
1. De acordo com o trecho 1, como os revoltosos viam a liberdade?
De acordo com o trecho 1, a liberdade é definida como a “doçura” da vida, o estado em que não há “abatimento”. Pelo teor do pequeno trecho, percebemos que a liberdade tinha grande valor para os organizadores da Conjuração Baiana, pois participavam desse movimento, de modo geral, os homens livres pobres e os afrodescendentes livres e escravizados da cidade. Portanto, o tema da liberdade estava muito presente no movimento para aqueles indivíduos, como grupo social ou em relação a seus interesses, sobretudo o comércio.

2. Releia o trecho 2 e identifique alguns elementos que mostram a influência dos ideais da Revolução Francesa na Conjuração Baiana. Quem são os sujeitos sociais destacados neste trecho como cidadãos?
 O trecho é riquíssimo para identificarmos, de modo breve e sucinto, a influência dos ideais franceses na Conjuração Baiana. Ao dizer que “cada soldado é cidadão”, vemos o desejo dos revoltosos em se desligar do absolutismo da metrópole e sua vontade de se tornar “cidadãos”, ou seja, membros de uma república. Eles dizem, ainda, que todos eram cidadãos, principalmente os homens pardos e pretos, que viviam maltratados. Com o sucesso da Conjuração todos seriam iguais, “sem diferença”. Aqui, outro ideal da Revolução Francesa, que inaugurou o conceito de igualdade perante a lei. Finalmente, o trecho termina com a frase “só haverá liberdade, igualdade e fraternidade”. Os organizadores da Conjuração Baiana fizeram questão de citar o lema que reúne os três principais ideais dos revolucionários franceses, deixando explícita a influência desses ideias em seu movimento.

 3. No trecho 3, as expressões “o progresso do comércio” e “porto aberto” referem-se a um aspecto específico da ideia de liberdade, que também se origina dos ideais da Revolução Francesa. A que aspecto da liberdade os revoltosos estão se referindo? Como você chegou a essa conclusão?
Eles se referem à liberdade econômica. Quando dizem que “aqui virão todos os estrangeiros tendo porto aberto” e ao “progresso do comércio”, os revoltosos mostram o desejo de desfazer os laços de dependência econômica em relação à metrópole portuguesa e de inaugurar a liberdade comercial, sendo a abertura dos portos um grande símbolo desse processo. Vale a pena retomar, com os estudantes, os principais objetivos da Conjuração Baiana: estabelecimento de um governo republicano, sem laços com a metrópole portuguesa, liberdade de comércio e aumento do soldo dos soldados. 








8º ano. Escola Auxiliadora - Página 109

 Tiradentes: a construção de um mito

Estudando História, podemos compreender muitos acontecimentos do nosso presente. Quer um exemplo? Por que será que Tiradentes é, hoje, considerado um herói brasileiro? Por que será que existe até mesmo um feriado nacional para celebrá-lo no dia 21 de abril?

Muitos historiadores já se ocuparam desse tema e encontraram respostas para essas questões. Atualmente, a maior parte deles concorda que o mito sobre o heroísmo de Tiradentes foi, na realidade, construído em um momento muito específico da história brasileira. Para saber mais, leia os trechos de dois textos a seguir.

Texto 1

 [...] nunca a construção histórica esteve tão presente em nossa nação como na transição da Monarquia para a República [em 1889]. Nesse momento, o poder político sentiu necessidade da criação de valores republicanos na consciência popular [...].

 Dentre os vários símbolos criados pela República, alguns tiveram a aceitação pelo público, como é o caso do maior símbolo nacional, [...] Tiradentes.

 BALLAROTTI, Carlos Roberto. A construção do mito de Tiradentes: 
de mártir republicano a herói cívico na atualidade. Antíteses, Londrina, v. 2, n. 3, jan./jun. 2009. p. 202.

Texto 2 

Na figura de Tiradentes todos podiam identificar-se, ele operava a unidade mística dos cidadãos, o sentimento de participação, de união em torno de um ideal, fosse ele a liberdade, a independência ou a república. Era o totem cívico. Não antagonizava ninguém, não dividia as pessoas e as classes sociais, não dividia o país, não separava o presente do futuro. 

CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: 
o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 68. 

1. De acordo com o texto 1, em que momento da trajetória brasileira é possível identificar uma intensa construção histórica promovida pelo poder político? O que Tiradentes teve a ver com esse momento?

Conforme o texto 1, o poder político promoveu intensa construção histórica na passagem da Monarquia para a República. Essa “construção” dizia respeito aos novos símbolos nacionais que incutiriam os valores republicanos na população. Tiradentes foi um dos símbolos criados para sustentar, identificar e legitimar a República nascente. Historiadores consideram que outras figuras, como Marechal Deodoro, por exemplo, não tinham o apelo necessário para ocupar o posto de “heróis” no imaginário republicano.

2. O texto 2 traz algumas pistas para entendermos por que Tiradentes, uma figura do século XVIII, foi escolhido para ser um “herói nacional”. Identifique essas pistas e explique-as.

. No texto 2, Carvalho considera que Tiradentes parecia ser o “herói nacional” porque mexia com a mística dos cidadãos, pois simbolizava um sentimento de participação e de união em torno de um ideal. O mais interessante é observar a relativa “neutralidade” dos ideais em torno de Tiradentes, que, segundo o autor, transitavam entre a liberdade, a independência e a própria República. Tiradentes “não antagonizava ninguém”, podendo, assim, ser “encaixado” no momento que fosse mais oportuno ao poder político.


7º ano. Escola Auxiliadora - Página 115

 O contato com o “outro”

Quando os indígenas viram as caravelas de Cabral aportando, eles provavelmente sentiram grande estranhamento. O que eles teriam pensado ao ver homens barbados, com aqueles trajes, vindos do mar em uma embarcação muito diferente das canoas que eles conheciam?

A surpresa dos portugueses também deve ter sido grande. Chamou a atenção deles a fauna e a flora locais, assim como a aparência dos indígenas. Leia um trecho do relato que o escrivão português Pero Vaz de Caminha escreveu sobre o primeiro encontro entre indígenas e portugueses, em 1500.

Andavam ali muitos deles, ou quase a maior parte. Todos traziam aqueles bicos de osso nos beiços; e alguns, que andavam sem eles, traziam os beiços furados e nos buracos traziam uns espelhos de pau que pareciam espelhos de borracha. Alguns traziam três daqueles bicos, a saber, um na metade e outros dois nos cabos. Outros andavam aí esquartejados de cores, a saber, deles a metade da sua própria cor e a metade de tintura negra, [à] maneira de azulada, e outros quartejados de escaques.

Entre eles ali andavam três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos compridos pelas espáduas [...].

Ali por então não houve mais fala nem entendimento com eles, por ser a barbaria deles tamanha que se não entendia nem ouvia ninguém. Acenamos-lhes [para] que se fossem. Assim o fizeram e passaram-se além do rio.

CARTA de Pero Vaz de Caminha a el rei D. Manuel [1o de maio de 1500]. Educação Pública. Disponível em:
 https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/2/1/a-carta-de-caminha-. Acesso em: 10 fev. 2022.

É possível dizer que, nesse relato, Caminha faz um julgamento dos indígenas expressando alguma ideia de superioridade dos europeus? Por quê?


Quando Caminha diz que não houve mais fala nem entendimento entre eles, caracterizando-os como bárbaros, ele mostra espanto e ar de superioridade em relação ao costume do outro, como se fossem estranhos e selvagens. A descrição feita por Caminha da aparência e dos costumes dos indígenas também demonstra certo estranhamento por terem hábitos tão diferentes dos europeus.


7º ano. Escola Auxiliadora - Página 102

1 Que fatores levaram portugueses e espanhóis a serem pioneiros nas expedições ultramarinas europeias?

O principal fator que explica o pioneirismo dessas duas nações na expansão ultramarina é a centralização política precoce, principalmente de Portugal. Os recursos antes utilizados no combate aos muçulmanos que viviam na península foram deslocados para outras atividades, como a pesca e o comércio de longa distância, que ajudaram não só a custear as despesas desses Estados, mas também a desenvolver as artes náuticas nos dois reinos. Com essas condições reunidas, Portugal e Espanha puderam lançar-se à aventura marítima.

2. Analise o texto a seguir. Depois, reúna-se com um colega e, em dupla, respondam às questões. 

"Os portugueses e os espanhóis tiveram precursores [...] na conquista dos oceanos Atlântico e Pacífico, mas os esforços desses aventureiros notáveis não alteraram o curso da história do mundo. [...] Somente depois de os portugueses terem contornado a costa ocidental da África, dobrado o Cabo da Boa Esperança, atravessado o oceano Índico e de terem se fixado nas Ilhas das Especiarias da Indonésia e na costa do mar do sul da China; somente depois de os espanhóis terem atingido o mesmo objetivo através da Patagônia, do oceano Pacífico e das Filipinas é que então, só então, teve início a ligação marítima regular e duradoura entre os quatro continentes."

BOXER, Charles. O império marítimo português, 1415-1825. 

São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 31-33. 

a) Por que, para o autor, as viagens portuguesas e espanholas se diferenciaram das de seus antecessores?

Segundo o autor, as viagens portuguesas e espanholas alteraram o curso da história do mundo ao estabelecerem uma ligação marítima regular e duradoura entre os quatro continentes por meio da navegação nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.

 b)O que significa dizer que as viagens portuguesas e espanholas estabeleceram “uma ligação marítima regular e duradoura entre os quatro continentes”?

 Antes das viagens oceânicas promovidas pelos países ibéricos, os contatos entre os continentes, embora existissem (à exceção da América e da Oceania), não eram sistemáticos. A partir do século XV, com o processo de expansão marítima europeia e de colonização de diversos territórios, teve início a criação de um mercado mundial, acompanhado de uma integração cultural que alterou a história de todos os povo

3. O mapa a seguir representa as duas propostas de divisão das terras ultramarinas entre Portugal e Espanha, no final do século XV. 


a)Qual das duas propostas de divisão de terras foi a primeira? O que cada uma delas estabelecia? 

 A primeira proposta foi a Bula Inter-Coetera, de 1493, representada no mapa pela cor rosa. Nessa proposta de divisão, a linha de separação das terras portuguesas e espanholas passaria 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Pela segunda proposta, estabelecida no Tratado de Tordesilhas, em verde no mapa, ampliou-se o limite de 100 léguas para 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde

b)Que mudança houve na segunda proposta que convenceu Portugal a aceitar o acordo? Considerando que essa negociação ocorreu seis anos antes da chegada de Cabral ao atual Brasil, que hipótese podemos levantar sobre os interesses portugueses nessa divisão?

 Portugal se sentiu penalizado na primeira proposta de divisão porque ela entregava à Espanha quase a totalidade das terras ultramarinas. Na segunda proposta, como houve ampliação da área que caberia a Portugal de 100 léguas para 370 léguas, as duas coroas chegaram a um acordo e assinaram o tratado. As pressões portuguesas pela ampliação do limite de divisão das terras podem indicar que a Coroa lusa já tivesse conhecimento da existência das terras que hoje formam o Brasil.