segunda-feira, 2 de março de 2009

Em busca de gente e ouro-8º ano

Os colonos da capitania de São Vicente, em particular os habitantes da vila de São Paulo, enfrentavam dificuldades para sobreviver. Praticavam uma agricultura de subsistência, plantando milho, mandioca e feijão. Nas matas, buscavam produtos que pudessem render algum dinheiro. Inclusive indígenas! Para caçá-los, organizavam as “bandeiras de apresamento” expedições que entravam pelo sertão seguindo o curso dos rios, principalmente o Tietê. Seus participantes chamaram-se bandeirantes. Os indígenas aprisionados eram vendidos como escravos aos fazendeiros de outras regiões ou usados nas lavouras da capitania. Durante o domínio holandês no Nordeste, quando muitas capitanias ficaram sem receber escravos africanos, os bandeirantes intensificaram a “caça ao índio”, estendendo essa atividade ao longo de todo o século XVII. As bandeiras chegavam a reunir 3 mil homens, principalmente índios e mamelucos, cujo conhecimento e técnicas permitiam sua sobrevivência na mata. Depois de arrasarem as aldeias indígenas mais próximas, os bandeirantes atacaram as missões jesuíticas, cujos habitantes estavam protegidos por decreto real. Mas os bandeirantes não respeitavam leis. Entre 1630 e 1640, atacaram as missões de Guairá, Tape e Itatim, mataram e escravizaram dezenas de milhares de indígenas. As missões eram indefesas, mas diante das matanças, os jesuítas foram autorizados a armar os nativos. Os bandeirantes tiveram, então, suas primeiras derrotas: em Caapaguaçu em M’Bororé (1639 e 1641, em Tape, RS). A partir daí as expedições de caça ao índio começaram a rarear e foram desviadas para os sertões dos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Com a expulsão dos holandeses das possessões portuguesas na África, o trafico negreiro foi normalizado, e o escravo indígena deixou de tanto valor. Os bandeirantes passaram, então, a ser contratados por fazendeiros para combater índios rebeldes e destruir redutos de negros fugitivos. Essa fase ficou conhecida como “sertanismo de contrato”. A partir de 1660, a atenção dos bandeirantes voltou-se para a procura de ouro, prata e pedras preciosas. O rei de Portugal oferecia títulos e recompensas paro os descobridores. Os bandeirantes vasculharam o centro-oeste do Brasil. Só no final do século XVII (1693), ocorreu o primeiro grande achado de ouro. Começava uma nova fase da história do Brasil.