A exploração da mão de obra
infantil
A
exploração da mão de obra infantil, que ainda hoje se verifica no Brasil, era a
regra durante a Primeira República, conforme relata o texto que você vai ler
agora.
A
cidade de São Paulo viu, sob o impacto da imigração, ampliar-se a concentração
de trabalhadores nas atividades urbanas. Era significativa, então, a incidência
de estrangeiros, particularmente de italianos sobre a população da capital,
imigrantes que comporiam, em estatística elaborada junto ao setor têxtil pelo
Departamento estadual do trabalho, em 1912, 60% do total de mão de obra
empregada e 80% da mão de obra estrangeira, constituída também por espanhóis,
portugueses, alemães, entre outras nacionalidades.
Em
1920, cerca de 50% dos operários apurados pelo recenseamento efetuado pela
Diretoria Geral de Estatística para o estado de São Paulo eram ainda estrangeiros,
sendo que o movimento migratório provavelmente incidia sobre uma parcela dos
50% restantes, por meio da descendência (ou seja, muitos eram filhos ou netos
de imigrantes).
Para
famílias inteiras, o sonho de fazer a América reduzira-se ao cotidiano exaustivo,
violento e nada saudável das fábricas e
oficinas e aos cortiços dos bairros operários paulistanos. Durante a República
velha, o trabalho infanto-juvenil foi o espelho fiel do baixo padrão de vida da
família operária, pautado por salários insignificantes e por índices de custo
de vida extremamente elevados. A exploração do trabalho se dava por meio da
compressão salarial do trabalhador adulto de sexo masculino; da exploração da mão de obra feminina, uma vez que a
remuneração de meninas e de adolescentes de sexo feminino caracterizava a dupla
discriminação de sexo e de idade; e refletia claramente o fato de que sobre a
infância e a adolescência pesava decisivamente a determinação do empresariado
em reduzir os custos da produção.
Em
1890, segundo a repartição de estatística e Arquivo do estado, os menores
representavam aproximadamente um quarto da mão de obra empregada nesse setor
(indústria têxtil) na capital. Em princípios da década de 1910, o Departamento
Estadual do Trabalho apurava que, em estabelecimentos têxtil da cidade, essa
mão de obra era equivalente a 30%. Em 1919, o mesmo Departamento verifica que,
considerado o total de trabalhadores absorvidos pelo setor têxtil no estado,
37% eram menores, sendo que, em relação aos estabelecimentos da capital, essa
mão de obra era estimada em cerca de 40% (...).
Nas
indústrias de confecção, alimentícias, de produtos químicos, na metalurgia como
também em outros setores, era ampliado o leque de funções nas quais os pequenos
operários e operárias eram empregados. E o caso da menina Antônia de Lima, de 12 anos
de idade, que, em março de 1904, trabalhando em uma máquina de cortar fumo na
fábrica de Arthur Pereira,no Brás, foi atingida pela faca e perdeu parte do
braço direito.
Moura,
Esmeralda Blanco Bolsanaro de. Crianças operárias na recém-industrializada São
Paulo.
Livro
didático História e Vida Integrada 4ª
edição p. 69, 69.
1. Por que era tão grande a presença
de crianças nas fábricas durante a Primeira República? Elabore sua explicação
sob a forma de hipótese, ou seja, usando sua opinião e os conhecimentos que
você já tem. Vivendo em condições precárias
e sem acesso a educação, as crianças em geral, ajudavam os pais no meio de
subsistência,e como tinha acabado a pouco tempo a escravatura,então as crianças
eram o meio de obra mais barato que havia,e por isso as fabricas preferiam
contratar as crianças
e também era um meio que os pais e o governo tinham de tirar as crianças da rua e da criminalidade das ruas .
e também era um meio que os pais e o governo tinham de tirar as crianças da rua e da criminalidade das ruas .
2.
Cite
uma passagem do texto em que são apresentadas as condições de trabalho nas
fábricas.
A exploração
do trabalho se dava por meio da compressão salarial do trabalhador adulto de
sexo masculino; da exploração da mão de
obra feminina, uma vez que a remuneração de meninas e de adolescentes de sexo
feminino caracterizava a dupla discriminação de sexo e de idade; e refletia
claramente o fato de que sobre a infância e a adolescência pesava decisivamente
a determinação do empresariado em reduzir os custos da produção
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