A exploração colonial: formas de colonização - A economia colonial
Palavras-chaves: colônia, metrópole, escambo, capitanias hereditárias,
donatários, carta de doação e floral, Pernambuco e São Vicente, governo- geral,
pacto colonial, feitorias, plantation, engenhos, mão de obra escrava, senhores
de engenho, economia agraria- escravista e estratificada, senhores de engenho,
casa-grande, sociedade patriarcal, trabalho compulsório e escravidão.
O
“descobrimento” do Brasil faz parte de um movimento Europeu conhecido como
expansão ultramarina, é sempre bom lembrar que a colonização do nosso país
somente se efetiva cerca de 30 anos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral,
com a expedição de Martim Afonso de Souza. Sua expedição pode ser considerada
um momento muito importante na nossa história, determinando a passagem do
período que chamamos de pré-colonial para o período colonial.
A expansão
marítima teve início com as grandes viagens exploratórias dos europeus entre os
séculos XV e XVI, que tinham como principal objetivo romper com o monopólio no
comércio de especiarias, controlado por Gênova e Veneza. A descoberta de novas
terras e rotas comerciais resultou na formação de grandes impérios coloniais e
fez do Velho Mundo o centro do comércio mundial.
Ao estudar história do Brasil
alguns historiadores a dividem em três períodos: Colônia, Império e República.
Contudo, nos 30 primeiros anos do século XVI não existiu colonização de fato.
Esta fase, chamada de pré-colonial, foi marcada pela retirada do pau-brasil,
com a utilização de mão-de-obra indígena baseada no escambo, pela criação de
algumas feitorias e também envio de algumas expedições exploradoras e guarda -
costeiras.
Durante as três primeiras décadas
o Brasil foi relegado a segundo plano por Portugal, nesse momento, Estado e
burguesia portugueses estavam mais interessados na África e na Ásia, porque ali
os lucros eram retirados de forma imediata com o comércio das especiarias
asiáticas e dos produtos africanos, como o ouro, o marfim e do escravo negro
Os lucros
conseguidos com a extração do pau-brasil eram insignificantes se comparados com
os afro-asiáticos.
No final da
década de 1520, Portugal via uma dupla necessidade de iniciar a colonização no
Brasil. Portugal passava por sérios problemas financeiros com a perda do
monopólio do comércio das especiarias asiáticas. Havia também a crescente
presença estrangeira, notadamente francesa, no nosso litoral, ameaçando a posse
portuguesa no chamado “novo mundo”. Para controlar essa situação, o governo
português enviou ao Brasil em 1530, a primeira expedição colonizadora, sob
comando de Martim Afonso de Sousa. Essa expedição visava povoar a terra,
defendê-la, organizar sua administração e sistematizar a exploração econômica.
O desbravador
Martim Afonso de Sousa, também se destacou por ter trazido as primeiras mudas
de cana-de-açúcar para a região de São Vicente (hoje São Paulo). A
cana-de-açúcar foi o produto que representou o primeiro grande momento da
economia colonial promovendo a instalação do primeiro engenho do Brasil
(Engenho do Governador) e dando condições para fundação em 1532 de São Vicente,
considerado o primeiro núcleo populacional do Brasil.
A primeira
expedição levou o rei de Portugal, D. João III ao plano de subdividir o Brasil
em capitanias hereditárias, esse seria o primeiro passo para colonização
regular do Brasil. Essas donatarias ou capitanias hereditárias representam o
primeiro projeto político-administrativo para o Brasil, reproduzindo o sistema
já experimentado pelo governo português em suas ilhas no Atlântico africano.
O encontro
entre portugueses e indígenas foi marcado inicialmente por um forte
estranhamento entre os dois grupos. O contato entre esses povos tão diferentes
variou entre relações amistosas como o escambo (A palavra escambo significa a
troca de mercadorias por trabalho. Ela é muito utilizada no contexto da
exploração do pau-brasil no início do século XVI). Os portugueses davam
bugigangas que para os indígenas tinham um certo valor (apitos, espelhos,
facas, chocalhos e etc), em troca de trabalho, os nativos deveriam cortar as
árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as caravelas portuguesas.
Por outro
lado, houve conflitos, as populações indígenas foram muito prejudicadas, pois,
além das mortes nos combates diretos, as doenças trazidas pelos europeus
mataram muitos indígenas.
Trabalho indígena
Os povos
indígenas que fizeram contato com os primeiros portugueses na América dividiam
o trabalho por sexo e por idade e a terra pertencia a todos da aldeia. Até
mesmo as crianças tinham suas tarefas para realizar, sendo essa uma forma de
aprender. Vários grupos indígenas habitavam as terras que mais tarde seriam
chamadas de Brasil, cada grupo possuía sua cultura, apesar de compartilharem de
algumas 66 características comuns com outros grupos. Todo o conhecimento era
dividido entre os membros da comunidade e transferido pelos mais velhos,
preservando as tradições, os rituais e as festas do grupo. Entre as tarefas
femininas, estava a responsabilidade de plantar, coletar frutos e raízes, tecer
redes e preparar os alimentos; e as tarefas dos homens eram preparar a terra
para o plantio, caçar, pescar, construir armas e canoas e cuidar da segurança
do grupo.
(Novo conhecimento) A presença holandesa na economia
açucareira
Na falta de metais preciosos, a
solução para obter alguma forma de lucro no Brasil colônia, seria promover a
produção de um gênero agrícola que tivesse grande aceitação e elevado preço no
mercado europeu. O açúcar atenderia perfeitamente a essas exigências.
Desde o século
XIII os europeus já conheciam o açúcar. O problema é que era caro demais, pois
era produzido no Extremo Oriente e chegava à Europa em pequenas quantidades.
Entre os séculos XV e XVI espanhóis e portugueses resolveram plantar
cana-de-açúcar. A Espanha utilizou suas terras americanas e Portugal suas ilhas
africanas.
Em 1532,
Martim Afonso de Sousa criou o primeiro engenho no Brasil, distribuindo terras
para que os colonos plantassem cana. Em menos de 20 anos as plantações de cana
se espalharam de tal forma pelo litoral, que por volta de 1550 o Brasil já era
o maior produtor mundial de açúcar. No Nordeste, especialmente em Pernambuco,
encontrou-se excelentes condições de clima e solo, instalando-se rapidamente
dezenas de fazendas e engenhos.
A empresa açucareira enfrentou
sérios problemas pois plantar cana era uma coisa relativamente fácil, uma vez
que o solo brasileiro recebia bem as mudas, já a produção do açúcar era algo
bem mais complicado. O preço do envio ou compra de embarcações para transporte
dos colonos e dos equipamentos, o alto custo para implantação de um engenho,
pois os equipamentos eram caríssimos para época, como fornalhas, moendas e
vasilhas de cobre. Nesse sentido, os holandeses surgem como peça vital para
viabilizar a empresa açucareira na colônia.
Desde o século
XV, os holandeses já comercializavam o açúcar produzido pelos portugueses nas
ilhas atlânticas. No Brasil, emprestavam o capital, exigindo em troca os
direitos de refinação e distribuição no mercado europeu, bem como, o transporte
de Portugal para Holanda. Recolhiam o produto em Lisboa, refinavam e
distribuíam na Europa, principalmente na França, Inglaterra e regiões do
Báltico. Ficavam com a maior parte da renda gerada pela empresa açucareira
brasileira, pois esta era uma época mercantilista, onde o acúmulo de capital
estava bem mais na distribuição (comércio), do que na produção da mercadoria.
Ao rei de
Portugal cabia uma parcela também significativa do capital gerado pelo açúcar,
pois recolhia impostos dos produtores, comerciantes e transportadores do
produto.
Durante os séculos XVI e XVII a empresa açucareira brasileira foi a maior do mundo ocidental. A contribuição dos holandeses para a expansão do mercado açucareiro foi um dos principais fatores para o êxito da colonização do Brasil. Destacando-se tanto no comércio, como nas finanças no velho mundo, os holandeses eram nessa época os únicos com organização comercial suficiente para criar um mercado de grandes proporções para um produto como o açúcar.
ATIVIDADE 1- ESCREVA E EXPLIQUE quais são as características dominantes da colonização portuguesa na América.